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sábado, 2 de novembro de 2019

Relato de Experiência - Intervenções e procedimentos no ensino da matemática ao aluno com deficiência visual.

     Para ensinar os primeiros caminhos da matemática para a aluna Isabelly S. Bifi, atualmente com 7 anos, matriculada no 1º ano do Ensino Fundamental da Escola Professora Taciana Balth Jordão que apresenta deficiência visual, utilizo várias técnicas com materiais didáticos para que venham somar e contribuir no processo de ensino-aprendizagem e no desenvolvimento de suas habilidades sensoriais tato, audição, olfato, paladar e equilíbrio. A aluna é ativa, curiosa, aprende com facilidade e se encontra no processo da escrita, leitura e sistema de numeração Braille.

Figura 1 – Representação dos números em Braille. Primeiramente, o indicativo de número e logo em seguida a representação numérica. Dentro de cada caixa há a quantidade relacionada de elementos.

    Para ensinar conceitos da matemática como contar quantidades e objetos de diferentes coleções, iniciei com recursos pedagógicos e materiais concretos que tenho disponível na sala de recurso, este procedimento de ensino é realizado e retomado semanalmente com o objetivo de averiguar a compreensão da aluna diante do contexto. Como por exemplo: Conversando sobre situações cotidianas, observo se ao contar há realmente o número de elementos que ela pronuncia, ou seja, se relaciona quantidade com elementos, se não relaciona, levo a uma reflexão, buscando estratégias e discutindo soluções.

Figura 2 – Aluna tateando material palpável. Processo de contagem: associação entre números e quantidades.

  Para compreender e desenvolver o raciocínio lógico matemático, abranger a estrutura de organização do sistema de numeração decimal, compreender as regras de troca do sistema decimal e explorar diferentes posições de número, utilizei o Material Dourado e o Ábaco.


Figura 3 – Contagem e compreensão de unidade, dezena e centena a partir do material dourado.


     Além disso, utilizei um material confeccionado com cartolina representando à classe das unidades simples com palitos de picolé.

 3ª Ordem 2ª Ordem 1ª Ordem 
Centenas Dezenas Unidades 

     Para desenvolver essa atividade a aluna utilizou os palitos de picolé representados da seguinte forma. Para representar a unidade à aluna usou um palito de picolé designado como “solto/sozinho”, para representar a dezena à aluna utilizou 10 palitos de picolé designado como “amarradinho”, para representar a centena à aluna utilizou 10 amarradinhos de picolé designado como “amarradão”, igualmente foi utilizado o Material Dourado para realizar a representação e compreensão dos conceitos. 
     Foi uma técnica bem aproveitada onde a aluna realizou o processo de contagem, recontagem e agrupamentos. Na realização da atividade quando em sua contagem não resultava o agrupamento de 10 também era interrogada a verificar quanto faltava para fechar sua contagem. 

Figura 4 – Material confeccionado a partir de cartolina e palito de picolé.
Figura 5 – Associação do material confeccionado e o material dourado. 

     Nas atividades com o Ábaco a aluna vem adquirindo conceitos importantes e vem realizando atividades de contagem, agrupamentos e operações simples de adição e subtração. Em alguns momentos no decorrer dos procedimentos do ensino da matemática foi empregado o ábaco e o material dourado para realizar comparações e representações numéricas.


Figura 6 – Número 11 representado no ábaco e no material dourado. 

      No uso do soroban a aluna vem se familiarizando e aprendendo o manuseio do instrumento como, por exemplo, o uso dos dois dedos: o indicador e o polegar. O polegar é utilizado para levantar as contas inferiores e os demais movimentos são feito com o dedo indicador. O emprego correto do movimento dos dedos é necessário e preciso para a correta execução das operações.


Figura 7 – Manuseio do Soroban com a utilização correta dos dedos.

     A aluna vem realizando o registro dos algarismos de 0 ao 9, compreendendo que é necessário utilizar contas inferiores e superiores. Por ser um instrumento palpável que facilita a aprendizagem, a aluna utiliza o tato como seu principal receptor. O soroban estimula o desenvolvimento da concentração, atenção, memorização, percepção, cálculo mental e coordenação motora.


Figura 8 – Representação numérica no Soroban com auxílio da professora.

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